Especial Diário de um Herói 5ª Edição

Nas Ondas do Rádio

Beto, e seu amigo de juventude, Moraes, queriam ter um programa de rádio, e o dono de uma emissora propôs que os dois tivessem um patrocinador, poderiam ficar o tempo que quisessem no ar, de acordo com o pagamento do anunciante.
Beto e Moraes correram atrás de um patrocinador, bateram na porta de várias pequenas empresas da região, até que chegaram na casa de um português que vendia sabão. Ele mesmo fabricava e tentava vender de porta em porta. Não tinha nem marca, mas já era conhecido na cidade. Para divulgar o produto na rádio, tinha que se criar uma marca. Na hora Beto sugeriu o nome Sabão Lavabem, e perguntou o nome da esposa do rapaz, que era Olga. Pronto! Já estavam criadas duas marcas, Sabão Lavabem e Sabão Olga.
Antes de começar as apresentações, divulgaram o programa, para seus amigos, parentes, conhecidos e até desconhecidos, todos estavam atentos para ouvir o programa dos dois.
E começou! Os dois eram cantores sertanejos do próprio programa. Falaram muito bem das marcas do sabão do português, tudo que puderam falar de bom do sabão, falaram, e depois da primeira música cantada, o telefone toca, Beto atende, era o fabricante dos sabões, disse que os dois cantavam muito mal, e Beto e Moraes ficaram indignados, botaram a boca no microfone e disseram que a voz deles não era ruim, e que na verdade, o sabão Lavabem e o Sabão Olga eram ruins. Quando o dono da rádio se aproximou, só deu tempo de pegar a viola, a capa dela está lá, até hoje. Foi aí que acabou a carreira de cantor de Beto Carrero.
Mas os amigos não desistiram. Saíram de Vila Mendonça e foram para São José do Rio Preto. Lá também havia rádio, que era o maior meio de comunicação da época. Tiveram um contrato verbal porque disseram que já tinham experiência em rádio, sem falar que somente foram quinze minutos de fama.
Como Beto não sabia mesmo cantar, em respeito ao público, virou radialista, e teve a brilhante idéia de fazer um programa num pequeno hospital. Beto tocava os maiores sucessos da época e entrevistava os doentes, que falavam com suas famílias. As pessoas nem ficavam tão doentes a ponto de ficarem internadas, mas o que elas queriam era falar na rádio. Nesta brincadeira, o pequeno hospital cresceu, o dono comprou o maior prédio da cidade, e o estabelecimento se tornou o maior da região.
Outros anunciantes pagavam para divulgar suas marcas no programa, e era só o Beto, ou o Moraes, falarem bem de grandes fazendeiros, que ganhavam muitos presentes. Criaram uma banca no centro da cidade, que vendia os presentes que ganhavam, como animais vivos, ovos e muitas outras coisas do gênero. Também foi um sucesso.que não iria pagar nenhum centavo pelo serviço.
Abaixo uma foto de Beto nos tempos de rádio.